Programas de Incentivo ao uso da energia solar têm permitido que vários países avancem no uso dessa tecnologia. Um desses exemplos acontece na Itália. O país investiu na combinação de incentivo no Conto Térmico (em tradução livre “conta de energia térmica”), que suporta instalações de calor renovável e em um superbonus de 110% para eficiência energética em edifícios. O resultado foi um recorde registrado em 2021.
Números da ANIMA (Associação Italiana de Fabricantes de Equipamentos e Componentes para Sistemas de Aquecimento) mostram que 225.000 m² de área coletora (158 MW) foram instaladas em 2021, com crescimento de 83% em relação ao ano anterior. Isso representa uma mudança completa de tendência após mais de uma década de declínio. A ANIMA diz que um crescimento adicional em um nível muito menor pode ser possível no curto prazo devido a recursos adicionais disponibilizados pelo Plano Nacional de Recuperação e Resiliência. As estatísticas de mercado da Associação estimam que mais de 90 % da área de coletor recém-instalada foi usada para fornecer água quente. Apenas uma pequena fração está relacionada a outras aplicações, como aquecimento do espaço, calor do processo, resfriamento, etc.
O superbonus é o principal motor por trás da forte recuperação do mercado térmico solar. Permite aos investidores uma redução de 110% de impostos para medidas de eficiência energética. A regulamentação possibilita ao investidor privado emprestar esse crédito tributário à empresa realizando as medidas de renovação, para que os consumidores não paguem nada por estas obras. Em vez disso, o fornecedor de tecnologia ou instalador usa os créditos fiscais para reduzir sua própria carga tributária.
Um medidor da conta de energia térmica está disponível para verificação dos recursos utilizados até o momento e o orçamento ainda disponível no esquema. O gráfico a seguir mostra o forte aumento das subvenções alocadas anualmente entre 2016 (36 milhões de euros) e 2021 (327 milhões de euros). Mas, ao todo, o esquema ainda está subutilizado. O administrador do programa Gestore dei Servizi Energetici (GSE) tinha um orçamento anual de 900 milhões de euros, dos quais 200 milhões de euros destinados a órgãos públicos e 700 milhões de euros para projetos privados no período em análise. Assim, a proporção do orçamento disponível utilizado aumentou de 4% em 2016 para 36% em 2021.
A ABRASOL vem trabalhando para promover no Brasil o PRONASOL, que é um programa nacional de incentivo ao uso de aquecedores solares no Brasil, e já está em contato com os idealizadores do programa italiano.