Apostar em energia limpa, redução de custos e sustentabilidade de uma construção não é novidade para a Franco Penteado Construtora e Empreendimentos. Desde o ano 2000, Adilson Penteado, diretor da empresa, decidiu investir no uso de aquecimento solar térmico em seus projetos.
A primeira experiência se deu durante a execução do projeto de um prédio. Penteado buscava alguma novidade em aquecimento solar para água em edifício residencial, já que o sistema era utilizado principalmente em hotéis e hospitais.
Em contato com o associado da ABRASOL, “decidimos implantar o sistema em um prédio que já estava praticamente pronto. Tivemos que desenvolver uma adaptação da estrutura que já estava pronta para colocar os coletores. Utilizamos no térreo, uma cobertura em estrutura metálica da garagem, bombeamos a água quente para os reservatórios na cobertura e fizemos a distribuição para os apartamentos.”
Ele explica que nesse primeiro projeto não foi possível colocar o número de placas desejado, “utilizamos um aquecimento solar com apoio a gás, o que já foi um grande avanço. Tivemos alguns problemas de manutenção que foram corrigidos, mas mostrou-se uma opção interessante.”
Depois disso, a construtora partiu para um novo projeto de um edifício com 20 pavimentos, com uma área maior. “Este sim foi pensado desde o início. Projetamos os locais para as placas, a cisterna para o reaproveitamento de água da chuva para lavagem de subsolo. Usamos sensores de presença, tudo que pudemos melhoramos em termos de utilização e possibilidade de preservação do meio ambiente ”, comenta.
Penteado destaca que neste projeto as placas foram colocadas sobre o telhado e os reservatórios ficaram embutidos. “O acesso é pela escada do prédio. No último pavimento temos a casa de máquinas e em seguida chega aos reservatórios de água fria e quente.”
Outro exemplo citado foi um empreendimento de uma vila de casas com uma torre de 20 pavimentos, feita 10 anos mais tarde. “Usamos o avanço da tecnologia como um todo. No edifício não foi necessário mais uma casa de máquinas para os elevadores, tudo fica embutido no telhado, então o telhado ficou 100% para a utilização de placas. O progresso foi poder montar a planta do telhado com a utilização do sol, projetando a sua inclinação pensando na colocação das placas, com aproveitamento de 100% dos raios solares para o sistema de aquecimento, eliminando as perdas de sombreamento.”
Para o construtor, falar no uso de equipamentos de energia solar térmica não é apenas falar em redução de despesas com energia elétrica. Trata-se do uso de tecnologia sustentável, de energia limpa. Na sua opinião o que falta é o setor imobiliário utilizar a presença desses equipamentos como ferramenta para a venda do imóvel. “Os corretores não são treinados, não tem conhecimento dessa tecnologia que poderia ser plenamente utilizada como atrativo na hora de vender o imóvel.”
Adilson Penteado também reclama da falta de estímulo do poder público. “Hoje temos a inclusão dos equipamentos no projeto “Minha Casa, Minha Vida”, o que é uma importante conquista, mas precisamos de incentivos para residências de porte maior. Estamos falando em benefício para o meio ambiente e também para a economia.”