Depois de oito anos de declínio, o mercado solar térmico na França voltou a crescer em 2021. Foram 53.600 m² instalados contra 46.130 m² em 2020, ou seja, um crescimento de 165. O principal fator para a melhora nos números são as renovações e substituições de antigas caldeiras no setor residencial e um aumento no custo da energia convencional.
A preocupação com as questões climáticas também tem contribuído para o incremento do uso de energia solar térmica. São visíveis as medidas de apoio criadas pelo governo. Segundo os membros do Comitê Executivo francês da IEA SHC, mais da metade do mercado francês está nos territórios ultramarinos*, aproximadamente 90.000m². Em 2020, a energia solar térmica total acumulada na França foi de cerca de 2,2 TWh (+2,8% em relação a 2019).
O mercado francês também se beneficiou do comissionamento de quatro redes de aquecimento e do maior projeto industrial de aquecimento solar da Europa, Creutzwald, com uma área coletora de 5.621 m2, 4,3 MWth operada pela La Française de l’Énergie (LFDE).
A usina de Narbonne possui um campo coletor solar térmico de 2.996 m2 que substituirá 2.410 MWh de calor anteriormente fornecidos por uma caldeira a gás. A terceira rede de aquecimento solar francesa concluída em 2021 foi a da cidade de Pons (1.661 m2, 1,2 MWth). Os coletores solares térmicos neste local têm a particularidade de serem posicionados em seguidores solares. Esta inovação foi feita para otimizar a produção solar anual usando uma área de superfície limitada. A central, operada pela Dalkia, fornecerá calor solar (cerca de 1.000 MWh por ano) à rede da cidade de Pons.
A menor rede de aquecimento está em Cadaujac, no sudoeste da França, com superfície coletora de 941 m2. (720 quilowatts). Esta é uma usina solar construída para atender as necessidades de aquecimento de um área residencial e produz 510 MWh por ano.
Mas não apenas no segmento residencial os números franceses chamam atenção. No industrial os sistemas solares térmicos também estão em crescimento, com projetos ambiciosos, principalmente na indústria alimentícia, fábricas de papel e aquecimento de estufas. Um desses exemplos é a fábrica de Issoudun o maior sistema de aquecimento solar da França e da Europa e que fornece calor a uma planta de secagem de malte.
De maneira geral, a ADEME, agência francesa, investiu nos últimos anos em projetos para a transição energética, apoiando projetos principalmente nas áreas de redução de custos de investimento e operação, desenvolvimento de soluções inovadoras de gerenciamento de sistemas e integração otimizada de armazenamento para sistemas solares térmicos.
*regiões geograficamente separadas da sede do país que fazem parte